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Triptofano e microbiota

A

microbiota intestinal tem impacto em muitas das funções fisiológicas do hospedeiro, como a homeostase metabólica e nutricional, estímulo e maturidade do sistema imune, e até mesmo na atividade cerebral. Essas funções, por sua vez, são mediadas pela interação entre células ou metabólitos produzidos pelos microrganismos e derivados da transformação do ambiente.


Já o triptofano é um aminoácido essencial, ou seja, que o corpo não produz, ele é produzido por algumas bactérias, como a Escherichia coli, mas essa produção não tem grandes contribuições para a fisiologia humana. Já no intestino, o metabolismo do triptofano segue 3 caminhos: 1. a transformação de triptofano em metabólitos, 2. o caminho da quinurenina, e 3. a produção da serotonina.


Mais de 90% do 5-HT do corpo é produzido no intestino pelas células enterocromafins, e esse processo ocorre pela enzima triptofano hidroxilase 1, que por sua vez produz 5-HTP, que então é metabolizada em 5-HT. 5-HT inicia várias funções do trato gastrointestinal e faz parte de inúmeras funções fisiológicas do corpo humano pela ativação de receptores 5-HT. Entre essas funções, 5-HT sinaliza neurônios e influencia a peristalse e motilidade, secreção, vasodilatação e absorção de nutrientes.


Nas últimas décadas, foram encontradas diversas associações entre microbiota intestinal e doenças causadas pelo estilo de vida ocidental, como as doenças inflamatórias intestinais, síndrome do intestino irritável, diabetes, esteatose hepática não alcoólica, resistência a insulina, aterosclerose, ansiedade, depressão e autismo. Muitas dessas condições são afetadas pelos resultados do metabolismo do triptofano, o que mostra que pelo menos em parte, o metabolismo prejudicado do triptofano tem efeito na microbiota intestinal.


É fato que o metabolismo do triptofano é direta e indiretamente controlado pela microbiota intestinal, assim esse metabolismo tem um papel na perspectiva da terapia nutricional. Mais estudos são necessários para entender a complexidade da interação entre hospedeiro e triptofano, mas sabemos que trata-se de um aminoácido essencial.


Algumas fontes de triptofano são a aveia, banana, leite, atum, queijos, amendoim e chocolate. A OMS recomenda 4mg/kg por dia de consumo de triptofano, sendo que o excesso de triptofano não mostrou efeitos adversos até hoje.



Ref: Agus, A., Planchais, J., Sokol, H. Gut Microbiota Regulation of Tryptophan Metabolism in Health and Disease. Sorbonne Universite ́ , École normale supérieure, PSL Research University, CNRS, INSERM, AP-HP, Gastroenterology Department, Hopital

Saint-Antoine, Laboratoire de biomolecules, LBM, 184 rue du Faubourg Saint-Antoine, Paris 75005, France.

https://doi.org/10.1016/j.chom.2018.05.003

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