O magnésio é um mineral essencial para diversas funções fisiológicas, mas a sua deficiência é consideravelmente comum e pode ser resultante de não apenas baixa ingestão pela alimentação, mas também por cocção excessiva de alimentos fontes de magnésio, maior depleção devido à condições patológicas, uso de drogas e excesso de consumo de álcool e cafeína.
Esse nutriente atua como cofator de várias enzimas e é vital para a produção de energia, síntese proteica, transporte de íons e sinalização celular, o que se reflete na sua atuação na melhora do humor, desempenho cognitivo, função intestinal, resposta imune, metabolismo muscular e outros.
Absorvido no intestino, a forma como se apresenta influencia muito o quanto de magnésio é captado pelas células intestinais e adentra a corrente sanguínea. Compostos orgânicos têm melhor absorção do que inorgânicos, e esse fato foi crucial para que surgissem diferentes formas de suplementos de magnésio, buscando encontrar a melhor biodisponibilidade desse nutriente. Um fato que, de maneira geral, melhora a absorção é ter o magnésio ligado a alguma outra substância, “protegendo” o mineral e aproveitando de outros transportadores para sua entrada no organismo.
Apesar de ser bom ter escolhas, a infinidade de “tipos” de magnésio pode gerar bastante confusão tanto na hora de escolher, quanto de prescrever, um suplemento desse mineral, porque dependendo da fórmula, varia a via de absorção e os principais destinos do magnésio. Sendo assim, a escolha do tipo depende bastante do objetivo de uso do suplemento. Vou abordar aqui 3 diferentes formas e explicar as suas diferenças.
O magnésio dimalato é formado por magnésio + ácido málico, um ácido orgânico. Esse ácido é naturalmente sintetizado pelo nosso organismo e apresenta um papel importante na produção de energia dentro das células. Sabendo-se disso, a teoria é que, nessa forma, além de aumentar os níveis de magnésio - necessário para a produção energética - também elevam-se os níveis de ácido málico, dando maior eficiência para a produção de ATP. A questão que precisa ser levada em conta é que, nessa forma, o suplemento realmente aumenta os níveis séricos, mas não parece haver a assimilação pelos tecidos no mesmo nível (E se o objetivo é produzir energia DENTRO das células, os compostos precisam entrar nelas, certo?). De forma geral, o magnésio dimalato também é considerado um importante anti inflamatório e muito utilizado em casos de fadiga crônica.
O magnésio treonato é a forma composta por magnésio + ácido treônico, outro ácido orgânico. Um dos locais com elevada demanda de magnésio é o cérebro, o que se deve principalmente à: capacidade de regular a plasticidade sináptica e atuar no manejo de condições neurodegenerativas e disfunções afetivas como a depressão e ansiedade. Logo, o aumento de magnésio cerebral é uma forma de melhorar a aprendizagem, memória e os processos cognitivos de forma geral. Na forma ligada ao ácido treônico observam-se os maiores aumentos desse mineral no cérebro, sendo indicada para terapia de dores de cabeça e condições que envolvem disfunções do sistema nervoso central.
O magnésio quelato ou bisglicinato de magnésio é formado por magnésio + glicina. A ligação à aminoácidos, como é o caso da glicina, costuma ser mais forte, estável e durar mais tempo na corrente sanguínea, além de ser a forma com maior absorção intestinal. Dessa forma, é uma ótima estratégia para corrigir deficiências desse mineral de forma geral, pois além de elevada biodisponibilidade, apresenta o maior teor de magnésio.
Todas essas formas, ligadas a compostos orgânicos, já apresentam grau de absorção superior se comparadas aquelas ligadas à sais minerais como cloreto e sulfato por exemplo. Isso já é um ponto a favor dos tipos apresentados aqui. Mas as particularidades de cada um também devem ser um fator a ser levado em conta na hora de determinar a melhor escolha de suplementação de magnésio, de acordo com a questão a ser manejada.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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