A evolução na tecnologia de sequenciamento genético nos permite entender diversos conceitos em genética e biologia do genoma. Hoje já se sabe que a administração de alguns probióticos, como Lactobacillus e Bifidobacterium, são eficazes para uma microbiota intestinal harmônica e pode ser utilizado para auxiliar em algumas condições clínicas. Com o avanço das ferramentas de sequenciamento genético e da análise de bioinformática mais bactérias se tornam capazes de funcionar como probióticos, com múltiplas funções terapêuticas.
Os probióticos de próxima geração (NGPs) são derivados desse avanço tecnológico. Quando falamos de F. prausnitzii e A. muciniphila , ambas as espécies são simbiontes e numericamente abundantes na microbiota, sendo consideradas como parte de um intestino saudável e que são consideradas probióticos de próxima geração promissores.
Faecalibacterium prausnitzii
O F. prausnitzii é atualmente uma das bactérias mais promissoras para o desenvolvimento de probióticos de próxima geração. Para a sua comercialização no mercado é fundamental compreender a diversidade existente desse gênero, se existem outras espécies e sua relação com saúde ou doença.
A extrema sensibilidade ao oxigênio é uma das características dessa bactéria, o que acaba dificultando o seu cultivo. Além disso, sua forte adaptação ao ecossistema intestinal também é uma característica que dificulta sua preparação em suplementos viáveis.
Contudo, F. prausnitzii possui a capacidade de interferir na saúde do hospedeiro, com ações imunomoduladoras, produtoras de energia e anti-inflamatórias, podendo atuar e servidor como biomarcador em diversas patologias, como doenças parkinson, alzheimer, depressão, diabetes mellitus tipo 2, doença de crohn e síndrome do intestino irritável.
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Akkermansia muciniphila
A Akkermansia (AKK) é o único membro de Verrucomicrobia e vem sendo amplamente investigada como um probiótico promissor. Esse fato pode ser explicado pelo seu potencial de modular a barreira intestinal e moderar as respostas inflamatórias, através do constante incentivo para produção de mucinas na camada mucóide, pela diminuição da permeabilidade intestinal e de citocinas pró-inflamatórias e pela produção de metabólitos como butirato.
Essas funções têm efeitos benéficos em indivíduos obesos, com diabetes tipo 2, distúrbios gastrointestinais e aterosclerose, incentivando seu uso como aplicação terapêutica.
Além disso, a A. muciniphila pode ser programada para interagir com sinais secretados dentro do ambiente pertencente. Isso aumenta sua capacidade de ser utilizada no tratamento de desequilíbrios metabólicos, condições patológicas e na recuperação pós-operatória.
Essa bactéria tem uma temperatura ótima de crescimento de 37º, enquanto o pH é de 6,5. Assim como a F. prausnitzii, a AKK é sensível ao oxigênio, dificultando sua reprodução de forma sintética. Contudo, a forma pasteurizada é uma alternativa para reverter essa situação. Durante esse processo, a bactéria conserva suas propriedades e dobra sua eficiência, por preservar a proteína Amuc_1100 presente na sua membrana e que está associada com seus inúmeros benefícios.
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Referências: CANI, Patrice D. et al. Next-Generation Beneficial Microbes: the case of akkermansia muciniphila. Frontiers In Microbiology, [S.L.], v. 8, 22 set. 2017. Frontiers Media SA. http://dx.doi.org/10.3389/fmicb.2017.01765.
FILIPPIS, Francesca de et al. Newly Explored Faecalibacterium Diversity Is Connected to Age, Lifestyle, Geography, and Disease. Current Biology, [S.L.], v. 30, n. 24, p. 4932-4943, dez. 2020. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2020.09.063.
LOPEZ-SILES, Mireia et al. Alterations in the Abundance and Co-occurrence of Akkermansia muciniphila and Faecalibacterium prausnitzii in the Colonic Mucosa of Inflammatory Bowel Disease Subjects. Frontiers In Cellular And Infection Microbiology, [S.L.], v. 8, 7 set. 2018. Frontiers Media SA. http://dx.doi.org/10.3389/fcimb.2018.00281.
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