A Curcuma longa L., popularmente conhecida como açafrão da terra, é amplamente utilizada devido seu potencial terapêutico, podendo ser encontrada na forma de medicamentos, tempero, corante alimentar e cosméticos. Essa planta medicinal é um produto popular, de baixo custo e de fácil acesso, que pode agir na prevenção e no tratamento de diversas condições clínicas, como artrite, diabetes, colesterol e hepatite.
O açafrão da terra representa uma espécie da família Zingiberaceae, de nome científico Curcuma longa Linn. Essa herbácea é nativa da Ásia e da Índia e tem como característica a flor branca, folhas verdes, formato oval-elipsoide, cor amarelada ou dourada e se assemelha ao gengibre. Dentre seus componentes, destaca-se a curcumina.
Como podemos encontrar a Curcuma longa L.?
Essa planta pode ser encontrada em uma gama muito grande de produtos:
Indústria de alimentos: tempero, corante, conservante, inibidor de apetite e termogênico. Especiarias e condimentos
Indústria de cosméticos: óleos essenciais, cremes e pomadas.
Indústria farmacológica: antioxidante, anticoagulante, anti-inflamatório e ativiral.
Medicina tradicional: Chá, óleos, pomadas, cremes e comprimidos;
Propriedades medicinais do açafrão da terra
O açafrão da terra apresenta propriedades terapêuticas, antimicrobianas, antibacteriana, antifúngica, anticoagulante, cicatrizante, neuroprotetora, imunomoduladora, dentre outras. Essas propriedades geram diversos benefícios para a saúde.
A Curcuma Longa L. está relacionada com auxílio em doenças ligadas ao trato gastrointestinal, por formar uma camada protetora e eliminar resíduos tóxicos que podem causar constipação, gastrite, úlcera e cálculos biliares.
O mecanismo que norteia sua ação anti-inflamatória se dá pela atuação na cascata da inflamação (cascata do ácido araquidônico), inibindo moléculas envolvidas no processo inflamatório, sendo elas: fosfolipase A, LOX-lipoxigenases, COX-2-cicloxigenases, leucotrienos, tromboxanos, prostaglandinas, TNF-α, óxido nítrico, elastase e colagenase. Essa ação anti-inflamatória é vista nos músculos, nervos e ossos proporcionando alívio da dor e melhorando os movimentos articulares em casos de artrite reumatóide e artrose.
Nessa mesma linha de pensamento, o açafrão da terra diminui os níveis de diversas citocinas pró-inflamatórias, incluindo IFN-γ, IL-1β, IL-6, IL-13 e IL-17 ao controlar a via NF-κB/COX-2/iNOS.
Sua propriedade antioxidante é decorrente de compostos curcuminoides, que atua na redução da peroxidação lipídica e no aumento da atividade de enzimas antioxidantes, como superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase, neutralizando radicais livres. Essa redução da oxidação lipídica pode ocorrer nas membranas neuronais, prevenindo alterações cerebrais e apresentando efeito neuroprotetor.
Ainda no sistema nervoso central, a Curcuma Longa L. expressa ação antidepressiva. Esse efeito está relacionado com a inibição da atividade da Monoamina Oxidase (MAO-A e MAO-B), o que diminui as reações de desaminação oxidativa.
Efeitos adversos e contraindicações
O uso da Curcuma Longa L. não é indicado para crianças, gestantes e lactentes. Em doses inadequadas o mesmo possui efeito abortivo. Além, disso, para pacientes que apresentam estômago hipersensível, o uso da Curcuma longa L. pode agravar os sintomas. Seu uso prolongado e em altas doses pode desencadear úlceras gástricas.
Outra contraindicação inclui indivíduos que fazem uso de antiagregantes plaquetários, anticoagulantes, heparina e agentes trombolíticos, por inibir a função plaquetária e aumentar o risco de hemorragias.
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Referências: CORRÊA, Josiane Santos et al. Potencial anti-inflamatório e antioxidante da Curcuma longa L. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento, [S.L.], p. 87-107, 10 jun. 2021. Revista Cientifica Multidisciplinar Nucleo Do Conhecimento. http://dx.doi.org/10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/saude/curcuma-longa.
MORETES, Débora Nogueira et al. OS BENEFÍCIOS MEDICINAIS DA Curcuma longa L. (AÇAFRÃO DA TERRA). Revista Científica Faema, [S.L.], v. 10, n. 1, p. 106-114, 26 jul. 2019. Revista FAEMA. http://dx.doi.org/10.31072/rcf.v10iedesp.767.
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