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Você toma refrigerante? Vou te mostrar como os seus constituintes interagem com a nossa microbiota!


O aumento do consumo de aditivos alimentares vem crescendo com a incorporação de alimentos ultraprocessados no dia a dia do indivíduo. O fácil acesso a esses produtos e a praticidade associada faz com que estes sejam cada vez mais consumidos, como é o caso do refrigerante, presente desde momentos festivos até no almoço de boa parte dos brasileiros.


Muito se fala dos efeitos negativos do refrigerante para a saúde do indivíduo no geral e para doenças específicas, mas a associação dessa bebida com a microbiota intestinal não é tão discutida.


Algumas substâncias são usadas para aumentar o tempo de vida de prateleira e melhorar as características organolépticas de um produto. Contudo, apesar desses benefícios, muitos componentes podem ser prejudiciais, principalmente para a microbiota intestinal.

Refrigerante, aditivos e microbiota intestinal.


O sódio (sal), por exemplo, é um componente altamente encontrado em alimentos industrializados como método de preservação. O alto consumo deste micronutriente altera a composição da microbiota intestinal e a produção de ácidos graxos de cadeia curta. Essas situações promovem uma alteração no eixo intestino-sistema imune, gerando uma inflamação local e sistêmica, que pode levar à obesidade e hipertensão.


Os edulcorantes, encontrados principalmente nos refrigerantes “zero”, também alteram a composição da microbiota intestinal. O consumo de adoçantes artificiais como aspartame, acessulfame K, sucralose, sacarina e ciclamato estão associados a quadros de disbiose intestinal, aumentando a concentração de bactérias Gram-negativas, dentre elas Bacteroides spp, Clostridium e Enterobacteriaceae.


A exposição a esses edulcorantes também diminui a produção de ácidos graxos de cadeia curta, induzindo respostas inflamatórias e danos celulares, além de aumentar o risco do desenvolvimento de resistência à insulina e intolerância à glicose.


Os corantes alimentares também são adicionados aos refrigerantes e impactam diretamente a composição da microbiota intestinal. Esse aditivo é capaz de diminuir a proporção de Lactobacillus, Akkermansia e Bifidobacterium, além de aumentar Firmicutes. Essas alterações no microbioma diminui a produção de AGCC, importantes na síntese de mucinas. Ao final, teremos alterações na permeabilidade intestinal, ao comprometer a barreira de muco, e um aumento da resposta inflamatória.


Já os conservantes são substâncias que irão inibir o crescimento de fungos e bactérias e a oxidação dos constituintes presentes nos alimentos. Embora isso seja bom para garantir a segurança higiênico-sanitária dos produtos, esses aditivos (normalmente benzoato de sódio, nitrato de sódio e nitrito de sódio) estão relacionados com o aumento de bactéria pró-inflamatórias e diminuição de bactérias anti-inflamatórias.


Esses aditivos não são encontrados apenas nos refrigerantes, mas também na maioria dos produtos ultraprocessados. A manutenção de uma microbiota adequada é sinônimo de saúde, sendo fundamental se atentar a hábitos de vida que possam influenciar na sua composição. Nos rótulos dos alimentos podemos encontrar a lista de ingredientes. Se você observar uma lista gigante, com nomes que nunca ouviu falar, a saída é evitar o consumo do mesmo e dar preferência para alimentos in natura!


Referências:

RINNINELLA, Emanuele et al. Food Additives, Gut Microbiota, and Irritable Bowel Syndrome: a hidden track. International Journal Of Environmental Research And Public Health, [S.L.], v. 17, n. 23, p. 8816, 27 nov. 2020. MDPI AG. http://dx.doi.org/10.3390/ijerph17238816.

GÜLTEKIN, Fatih et al. Food Additives And Microbiota. Northern Clinics Of Istanbul, [S.L.], 2019. Kare Publishing. http://dx.doi.org/10.14744/nci.2019.92499.


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