O açúcar é um ingrediente amplamente utilizado para preparar receitas doces, mas sempre que o assunto é emagrecimento ou melhora da saúde ele é o primeiro a ser excluído da alimentação e substituído por adoçantes dos mais diversos tipos. Nesse sentido, é importante lembrar que o alto consumo de alimentos ditos como “fit” incluindo refrigerantes zero, geleias, iogurtes proteicos etc., possuem adoçantes em sua composição. Mas o que poucas pessoas se atentam é que os adoçantes podem desencadear vários malefícios para a saúde da microbiota intestinal.
O consumo de adoçantes vem crescendo cada vez mais e isso está muito atrelado a sua baixa quantidade calórica e alto poder dulçor. Os adoçantes não nutritivos (ANNs) são considerados seguros, e a Anvisa (agência nacional de saúde) preconiza a ingestão diária aceitável (IDA) desses elementos de forma individual em mg/kg de peso corporal. Porém o efeito que esses componentes promovem sobre a ocorrência de intolerância à glicose, ativação dos receptores das papilas gustativas e composição da microbiota intestinal ainda são muito controversos.
Os ANNs podem ser de origem sintética ou natural, sendo os naturais cada vez mais consumidos. Os adoçantes de baixa caloria (LCSs), como polióis ou álcoois de açúcar, são carboidratos que possuem baixa digestão e são derivados da hidrogenação de suas fontes de açúcar ou xarope. Como exemplo de polióis estão o manitol, xilitol e sorbitol. Que por sua vez são ricos em FODMAP podendo causar gases e distensão abdominal, por sua dificuldade de absorção.
A microbiota intestinal desempenha um papel extremamente importante na saúde e nas doenças humanas, estando envolvida no metabolismo, imunidade, crescimento e fermentação de carboidratos não digeríveis. Em relação aos efeitos dos adoçantes sobre ela, a ingestão de 120mg /dia de sacarina pode promover alteração nas vias metabólicas ligadas à tolerância à glicose e causar disbiose intestinal em seres humanos saudáveis. Também há redução na diversidade bacteriana de indivíduos que fazem o uso de adoçantes.
Os primeiros estudos realizados sugerem que os adoçantes artificiais mantém a glicose plasmática e concentrações máximas de insulina sem afetar a microbiota intestinal. No entanto, os trabalhos mais recentes em animais e humanos mostraram mudanças específicas na microbiota intestinal relacionadas a alterações nas vias metabólicas ligadas à tolerância à glicose por meio da indução de alterações na composição e função da microbiota intestinal após ingestão de sacarina.
O primeiro estudo que avaliou a sucralose na microbiota intestinal foi realizado em 2008, através de amostras fecais de ratos que receberam o adoçante por 12 semanas. Após ingestão de sucralose o número total de bactérias anaeróbias e aeróbias, Bifidobactérias, Lactobacilos, Bacteroides e Clostridium diminuiu. No entanto, as pesquisas que avaliam os efeitos dos adoçantes na microbiota de humanos ainda são muito escassas, dificultando a compreensão real do potencial efeito desses componentes.
A literatura aponta ainda que a ingestão de adoçantes principalmente em refrigerantes diet, tem sido relacionado a um risco aumentado de obesidade, síndrome metabólica e DM2.
Além disso, alguns tipos de adoçantes podem prejudicar a saúde de indivíduos com doenças específicas. Como exemplo, pacientes com alterações renais não devem consumir acessulfame-K, quem possui hipertensão arterial não deve fazer uso do ciclamato de sódio e o aspartame é contraindicado para indivíduos com fenilcetonúria.
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Referências:
Ruiz-Ojeda, F. J., Plaza-Díaz, J., Sáez-Lara, M. J., & Gil, A. (2019). Effects of sweeteners on the gut microbiota: a review of experimental studies and clinical trials. Advances in Nutrition, 10(suppl_1), S31-S48.
Franke…
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