A ancestralidade está totalmente associada com a hereditariedade e saber mais sobre isso, pode levar as pessoas ao autoconhecimento e a explicação de muitos fenômenos biológicos e metabólicos que ocorrem em suas vidas.
Boa parte do que fazemos hoje em nossas vidas é herança dos nossos antepassados, por isso a tecnologia e a ciência evoluem a cada dia a fim de compreender acontecimentos passados, que no momento podem ser avaliados através da genética e testes de DNA que trazem conhecimento sobre a história de familiares, costumes e hábitos alimentares que eles tinham. Nesse contexto, a análise genética da ancestralidade é um exame que vem sendo muito utilizado para identificar os antecedentes de cada indivíduo, proporcionando informações herdadas de gerações anteriores, sequenciamento genético para avaliar predisposição a doenças e outras condições metabólicas, comportamentos e hábitos preditivos, tratamentos mais eficientes etc.
A nutrição adequada é extremamente importante durante períodos específicos de desenvolvimento durante todas as fases da vida, e tudo o que comemos influencia significativamente no nosso metabolismo de modo geral, incluindo as pré-disposições, alterações genéticas e a modulação da microbiota intestinal.
Os alimentos que ingerimos diariamente e a forma como nos alimentamos impacta diretamente na composição da microbiota. Se comermos maior quantidade de alimentos saudáveis e que fazem bem à saúde, consequentemente teremos um melhor ambiente intestinal, mas, o mesmo acontece se os alimentos ingeridos diariamente não tiverem boa qualidade, ou seja, teremos grande chance de um desequilíbrio microbiano.
A repercussão da alimentação durante o período de gestação também irá impactar muito na saúde intestinal do feto, por isso a atenção para a nutrição do bebê desde o útero é essencial, visto que o efeito provocado na microbiota irá perdurar por toda vida desse indivíduo. Mas, vale ressaltar que a genética e as pré-disposições que as gerações anteriores carregam também serão passadas para a criança desde a concepção, influenciando seu desenvolvimento genético e microbiológico.
O nosso metagenoma se refere a um composto de genes presentes nos genomas dos trilhões de microrganismos que habitam nossos corpos quando adultos. A grande maioria desses micróbios vive em nosso ambiente intestinal e nossos genomas microbianos (microbiomas) codificam funções metabólicas que não tivemos que evoluir totalmente por conta própria, mas que trazemos de herança dos nossos ancestrais, incluindo a capacidade de extrair energia e nutrientes da nossa dieta, por exemplo.
A composição da microbiota da criança começa a ser formada desde o parto, onde ela terá contato com as bactérias da mãe. Estudos mencionam que o organismo das mães permite que bactérias presentes na microbiota delas, sejam ofertadas para os bebês através da amamentação, para auxiliar na formação adequada microbiológica da criança.
Além disso, a literatura diz que os primeiros 1000 dias de vida da criança são os principais para determinar além da influência genética, as alterações e condições da microbiota intestinal, sendo essa a principal fase na qual o intestino sofrerá intervenções da alimentação. Devido a isso, estabelecer hábitos alimentares adequados reduz a probabilidade de comportamento alimentar inadequado na vida adulta.
Durante o desenvolvimento de cada pessoa ocorrem mudanças que levam ao aparecimento de doenças crônicas. Mas, dependendo da constituição genética herdada dos pais e outros ancestrais, composição da microbiota, qualidade alimentar e função do sistema imunológico, elas podem ser retardadas ou aceleradas ao decorrer da vida. Por isso, essa influência herdada dos antepassados até hoje gera grandes impactos na nossa vida e na própria microbiota intestinal.
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Referências:
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