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Eixo intestino-osso: existe relação da microbiota com a saúde óssea?



Para manter uma boa saúde óssea é necessário manter uma ingestão adequada de energia, macronutrientes e praticar atividade física. O exercício físico faz com que ocorra a manutenção das atividades normais ósseas, melhorando a densidade mineral e fortalecendo a musculatura. Os ossos são responsáveis pela sustentação do corpo, proteger os órgãos internos, atuam como base mecânica para o movimento do corpo e produção de células sanguíneas (medula óssea). Além dos macronutrientes, os micronutrientes como o cálcio, magnésio e fósforo estão envolvidos na composição estrutural dos ossos.


No Brasil, estima-se que cerca de 35% das mulheres com mais de 45 anos são afetadas pela osteoporose, condição decorrente da perda da massa mineral óssea em que os ossos se tornam frágeis e propensos a fraturas e quebras. A osteoporose em mulheres, caracteriza-se como uma doença metabólica induzida pela deficiência de estrogênio e pode ter diversas causas como a perda contínua de cálcio, o próprio processo de envelhecimento durante a fase da menopausa (suspensão definitiva da menstruação), onde ocorre o declínio natural dos hormônios reprodutivos que conduz a deficiência de estrogênio.


A dieta influencia na absorção de nutrientes e composição do perfil microbiano. Os carboidratos, proteínas e gorduras fornece energia para a sobrevivência das bactérias intestinais. Além disso, a dieta contribui para o estabelecimento, estrutura e atividade funcional da microbiota intestinal.

Embora a ingestão adequada de proteína seja de suma importância para o crescimento ósseo, quando em excesso leva ao aumento de sulfeto de hidrogênio e metano- toxinas no trato intestinal.

O que comemos influencia muito a estrutura e a composição das comunidades microbianas do intestino. A dieta pode alterar o metabolismo funcional do microbioma intestinal. Muitos ingredientes dos alimentos não são absorvidos pelo corpo, mas são substratos para a atividade metabólica da microbiota intestinal, que pode então produzir outras moléculas úteis para o corpo humano.


Essa relação parte do pressuposto conhecido como eixo intestino-osso, que acontece da seguinte maneira:

- A microbiota intestinal regula o processo de absorção de minerais como o cálcio, magnésio e fosfato, responsáveis dentre outras funções, por aumentar a densidade mineral óssea;

- A composição da microbiota intestinal modifica o pH intestinal o que favorece a absorção de cálcio

- Uma microbiota saudável tem um papel essencial na síntese de vitamina B e K- fundamental para a regulação da saúde óssea-, assim como no metabolismo dos ácidos biliares que podem desempenhar papel fundamental no controle da absorção de cálcio;

- A microbiota intestinal regula a síntese de hormônios e neurotransmissores como a serotonina- hormônio da felicidade- que é importante para a regulação do desenvolvimento e manutenção óssea.

- O microbioma intestinal modula as atividades das células imunes e alterações no microbioma leva a produção excessiva de moléculas que promovem condições inflamatórias, o que pode acelerar a ocorrência de osteoporose.

- O butirato- ácido graxo de cadeia curta- produzido pelas bactérias que compõem o microbioma intestinal atua na formação e mineralização óssea influenciando as vias de sinalização de Runx e osteoprotegerina.

- A osteopenia em mulheres- perda progressiva da massa óssea- pode progredir a osteoporose, que tem causas multifatoriais mas pode ser causada pela deficiência de vitamina D- que atua na manutenção das concentrações de cálcio de fósforo no organismo- e por alterações no metabolismo do estrogênio.

- Em mulheres maduras, a diminuição do nível de estrogênio contribui para risco de osteoporose no período pós menopausa e a microbiota intestinal pode influenciar a regulação da saúde óssea, uma vez que regula a absorção de estrogênio circulante.


Assim, a microbiota intestinal regula a produção de hormônios e a absorção de vitaminas que são cruciais para a saúde óssea.



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Referências:

  • Álvarez Calatayud Guillermo, Guarner Francisco, Requena Teresa, Marcos Ascensión. Dieta y microbiota. Impacto en la salud. Nutr. Hosp. [Internet]. 2018 [citado 2021 Jul 27] ; 35( spe6 ): 11-15. Disponible en: http://scielo.isciii.es/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0212-16112018001200004&lng=es. Epub 06-Jul-2020. https://dx.doi.org/10.20960/nh.2280.

  • Chen YC, Greenbaum J, Shen H, Deng HW. Association Between Gut Microbiota and Bone Health: Potential Mechanisms and Prospective. J Clin Endocrinol Metab. 2017 Oct 1;102(10):3635-3646. doi: 10.1210/jc.2017-00513. PMID: 28973392; PMCID: PMC5630250.

  • Das M, Cronin O, Keohane DM, Cormac EM, Nugent H, Nugent M, Molloy C, O'Toole PW, Shanahan F, Molloy MG, Jeffery IB. Gut microbiota alterations associated with reduced bone mineral density in older adults. Rheumatology (Oxford). 2019 Dec 1;58(12):2295-2304. doi: 10.1093/rheumatology/kez302. PMID: 31378815; PMCID: PMC6880854.



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