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3 fitoterápicos adaptógenos para aliviar o estresse: Ashwagandha, Panax ginseng e Rhodiola Rosea


Adaptógenos são uma classe de substâncias ou extratos de plantas que contém compostos capazes de atuar sobre o organismo aumentando sua estabilidade frente à presença de estressores, sem que as suas funções metabólicas sejam afetadas. Seu uso vai bem no sentido do que remete ao seu nome: adaptação. Aumentam a habilidade do corpo de se adaptar ao estresse e manter sua performance física e também mental.


Apesar de existirem compostos sintéticos criados para esse fim, existem algumas plantas das quais são retirados extratos com potencial adaptógeno e seu uso data de milhares de anos, com origem em tradições medicinais advindas principalmente do mundo oriental. O efeito biológico dessas plantas é advindo dos compostos bioativos presentes em sua composição, e apesar de muitos dos mecanismos pelos quais atuam ainda serem objeto de estudo, seu uso por séculos demonstra sua efetividade. São elas: Panax ginseng, Withania somnifera, Rhodiola rosea, Eleutherococcus senticosus, Rhaponticum carthamoides, e Schisandra chinensis, e nesse post quero falar com vocês sobre as três primeiras, e seus incríveis potenciais para o manejo do estresse.


Os galhos, folhas e, principalmente, as raízes da Panax ginseng são utilizadas para produzir os extratos administrados para vários fins terapêuticos. O mecanismo adaptogênico dessa planta parece ser a partir do seu potencial antioxidante e atuação no hipotálamo, causando inibição da ativação do eixo hipotalâmico-pituitária-adrenal que tem, como produto final, a liberação de cortisol.


O cortisol é tradicionalmente conhecido como um dos hormônios do estresse pois sua liberação acontece na presença de estressores que ameaçam a homeostase corporal, como uma forma de preparar o corpo para lidar com essa ameaça. O problema é que, evolutivamente, os perigos a que o ser humano estava exposto eram ameaças reais, como a presença de algum animal perigoso, ativando o modo de fuga ou luta. Nesse modo, diversos mecanismos aumentam a glicose no sangue e toda a energia é direcionada para lutar ou fugir, custe o que custar. Hoje em dia, os estressores nem sempre demandam essa energia, mas o cortisol continua atuando da mesma maneira. Se a sua liberação é crônica, vários danos metabólicos começam a acontecer, afetando o metabolismo da glicose, a produção de energia e até o funcionamento cerebral.


A ashwagandha também parece ter efeitos sobre os níveis de corticosteróides, além de aumentar o nível de neurotransmissores como a dopamina (que alivia o estresse) e reverter a intolerância à glicose, sentimentos depressivos e ansiosos e disfunção cognitiva que podem resultar do estresse crônico. Essa planta possui, ainda, efeitos anti inflamatórios e de imunomodulação, auxiliando a reforçar a resposta imune que fica comprometida com o estresse.


Já a Rhodiola rosea é conhecida como um agente adaptativo capaz de reduzir a fadiga, controlar sentimentos depressivos e atuar em diferentes condições que afetam o funcionamento do sistema nervoso. Sua atuação sobre o eixo HPA é capaz de reduzir os níveis de cortisol, e ao mesmo tempo estimula a ativação do córtex cerebral, aumentando os níveis de serotonina que proporciona sensação de bem estar e melhora o humor.


Em relação ao uso desses adaptógenos como fitoterápicos, é essencial ter cautela e acompanhamento. Sem as doses adequadas, os efeitos podem ser nulos ou, ainda, causar toxicidade. A inserção na rotina, assim como a quantidade a ser utilizada depende de fatores individuais e a prescrição deve ser feita por um profissional que possua conhecimentos em relação à utilização dos extratos dessas plantas.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Todorova, V., Ivanov, K., Delatter, C, Naibantova, VKarcheva-Bahchevanska, K. & Ivanova, S. (2021) Plant Adaptogens - History and Future Perspectives. Nutrients, 13(8): 2861. doi: 10.3390/nu13082861


Mandlik (Ingawale), D. S., & Namdeo, A. G. (2020). Pharmacological evaluation of Ashwagandha highlighting its healthcare claims, safety, and toxicity aspects. Journal of Dietary Supplements, 18(2), 183–226. doi:10.1080/19390211.2020.1741484


Panossian, A., & Wikman, G. (2009). Evidence-Based Efficacy of Adaptogens in Fatigue, and Molecular Mechanisms Related to their Stress-Protective Activity. Current Clinical Pharmacology, 4(3), 198–219. doi:10.2174/157488409789375311


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