O refluxo gastroesofágico é uma condição clínica associada ao relaxamento transitório do esfíncter esofágico inferior do esôfago, permitindo que o conteúdo gástrico entre no esôfago independente da deglutição. A doença do refluxo gastroesofágico é sua forma crônica e prolongada.
Azia, sensação de queimação, regurgitação e dor no peito são os principais sintomas associados ao refluxo, podendo ser mais prevalentes no período noturno e durante a gravidez, impactando no sono e na qualidade de vida. Alguns outros mecanismos envolvidos no refluxo são:
Redução da salivação.
Redução da pressão do esfíncter esofágico inferior.
Aumento da pressão intra-abdominal.
Retardo do esvaziamento gástrico.
A exposição prolongada a esse conteúdo ácido pode resultar em esofagite, erosões esofágicas, úlceras, estenose, cicatrizes, disfagia, hérnia de hiato e esôfago de Barrett.
O tratamento clínico do refluxo envolve a diminuição da secreção de ácido e normalmente ocorre através do uso de inibidores de bomba de prótons, que diminui a produção de ácido pelas células parietais, de antiácidos e de agente procinéticos que aumentam as contrações aumentando a velocidade do esvaziamento gástrico.
Contudo, a maioria desses métodos possuem efeitos colaterais que a longo prazo conferem prejuízos à saúde do indivíduo, como deficiência de vitamina D, B12, cálcio, ferro, supercrescimento bacteriano e infecções. Dessa forma, a nutrição entra como opção terapêutica para melhora do quadro clínico.
10 Recomendações Nutricionais para Refluxo
O primeiro passo para tratar os sintomas e o quadro clínico envolve uma mudança no estilo de vida, incluindo a alimentação e prática regular de exercício físico. O manejo do estresse e ansiedade também deve ser alinhado. Essa é a primeira linha de tratamento para minimizar a ocorrência de refluxo.
Uma dieta saudável deve ser adotada, limitando o consumo de alimentos que podem agravar os sintomas. Para isso, o conhecimento acerca do próprio corpo deve ser trabalho com o paciente, identificando quais alimentos desencadeiam o paciente e agindo na experiência própria para gerar autonomia nas escolhas alimentares.
As principais recomendações gerais envolvem:
Consumir uma alimentação saudável e equilibrada.
Diminuir o volume das refeições, evitando grandes quantidades de alimentos de uma vez só.
Aumentar o fracionamento das refeições (cerca de 6 refeições ao dia).
Evitar alimentos ricos em gordura.
Evitar comer de 2-3 horas antes de se deitar.
Evitar bebidas alcoólicas e cigarro.
Evitar alimentos e bebidas que contenham cafeína.
Comer com atenção, devagar e mastigando bem os alimentos
Evitar alimentos ácidos e condimentos.
Permanecer na posição ereta por um período após se alimentar.
Dica de planta medicinal que pode auxiliar no tratamento dos sintomas:
Espinheira santa (Maytenus ilicifolia) - indicado para azia e má digestão.
Decocção de 1 a 3g de folhas em 150mL de água fervente, de 3-4 xícaras ao dia.
Referências:
VÁZQUEZ-ELIZONDO, G. et al. La enfermedad por reflujo gastroesofágico: la dicotomía del ensayo clínico y la práctica clínica. Revista de Gastroenterología de México, [S.L.], v. 82, n. 2, p. 103-105, abr. 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.rgmx.2017.02.001.
ZATERKA, Schlioma et al. HISTORICAL PERSPECTIVE OF GASTROESOPHAGEAL REFLUX DISEASE CLINICAL TREATMENT. Arquivos de Gastroenterologia, [S.L.], v. 56, n. 2, p. 202-208, jun. 2019. FapUNIFESP (SciELO). http://dx.doi.org/10.1590/s0004-2803.201900000-41.
Brasil. Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. Departamento de Apoio Técnico e Educação Permanente. Comissão Assessora de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Plantas Medicinais e Fitoterápicos. / Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo. – São Paulo: Conselho Regional de Farmácia do Estado de São Paulo, 2019. 4ª edição. 86 p.; 20 cm. - - ISBN 978-85-9533-023-8;
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