Existe um motivo plausível para determinados profissionais da saúde afirmarem que o estudo nunca acaba na faculdade. Estamos todos os dias aprendendo e lidando com novas condições, sintomas e principalmente, pessoas diferentes. São novos desafios que nos fazem sair em busca do melhor tratamento possível para aumentar a qualidade de vida de nossos pacientes, e diminuir incômodos e sintomas dos mais variados. Hoje, vamos falar da Síndrome de Ativação de Mastócitos (SAM).
A SAM é uma condição rara onde os mastócitos, célula importante do nosso sistema imune por liberar substâncias químicas, como histamina, durante uma resposta imunológica normal, faz uma liberação excessiva de substâncias químicas, desencadeando uma série de sintomas. Sintomas estes que podem variar entre tipos e partes do corpo, alguns exemplos são:
Coceira intensa
Erupção cutânea
Vermelhidão na pele
Cólicas abdominais, desconfortos, diarreia, náusea e vômito
Fadiga, fraqueza
Taquicardia, palpitação
Dificuldade na respiração
Depressão, ansiedade
Dor de cabeça ou enxaqueca
Existe uma dificuldade no diagnóstico de SAM, por conta dessa variedade de sintomas. Um paciente com SAM pode ir em busca de um dermatologista e o tratamento ser feito pensando apenas considerando seus sintomas de pele. O paciente pode também ir em um profissional gastroenterologista e receber tratamento apenas para seus sintomas gástricos, sem diagnóstico e tratamento da SAM como um todo.
Para diagnosticar a SAM, devem ser cumpridos três critérios: 1) sinais e sintomas específicos de ativação mastocitária aguda, recorrente e sistêmica, 2) aumento dos níveis de triptase em 20% + 2 ng/ml em relação ao valor basal de cada indivíduo no período de 1-4 horas desde o início do quadro agudo, e 3) resolução dos sintomas com tratamento anti-mediador.
O tratamento da SAM é baseado no controle dos sintomas e prevenção de crises agudas com uso de medicamentos. Podem ser utilizadas também medidas não farmacológicas, como evitar os desencadeadores conhecidos.
Como nutricionistas, nosso papel é de guiar o paciente com uma dieta baixa em histamina, suplementação de suplementos que ajudam no controle dos mastócitos e/ou histamina, como Vitamina C e quercetina, no tratamento da permeabilidade intestinal, e com recomendações como a preferência pelo consumo de orgânicos, manejo de estresse, entre outros.
É importante destacar que o tratamento deve ser individualizado e adaptado às necessidades de cada paciente, e o manejo da SAM deve ser realizado por uma equipe multidisciplinar de especialistas.
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REFS:
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