
A cândida é um fungo polimórfico, pois pode se apresentar de duas formas, sendo elas os esporos e as hifas, e por conta disso ela consegue se proliferar mais facilmente nos ambientes onde se encontra. Ela também está presente em cerca de 30 a 70% das mucosas do organismo humano, mas quando ocorre exacerbada proliferação dessa levedura, ela passa a desempenhar funções de patógeno.
A candidíase vulvovaginal ou de repetição é considerada uma doença provocada pela infecção de fungos do gênero candida, sendo o mais comum deles o fungo da candida albicans, mas outras espécies como: C. glabrata C. tropicalis e C. krusei também estão sendo muito encontrados como causadores dessa infecção atualmente. Esse distúrbio também pode afetar de forma muito negativa a saúde emocional e física das mulheres, assim como as relações sexuais. Dentro os sintomas mais comuns estão incluídos: ardência ao urinar, coceira na vulva e dentro da vagina, vermelhidão na vagina, dor durante o ato sexual e corrimento de coloração branca e aspecto espesso ou de grumos.
A candidíase de repetição é uma das causas mais comuns de infecções vaginais em mulheres, e estudos apontam que 75% das mulheres terão ao menos um episódio de candidíase, 50% terão no mínimo 2 episódios e cerca de 5 a 10% apresentam candidíase recorrente durante a idade reprodutiva, com 4 ou mais episódios presentes durante o período de 1 ano. Fatores como: o uso frequente de antibióticos e anticoncepcionais orais, ingestão alimentar inadequada, diabetes mellitus, diminuição do pH, queda da imunidade, disbiose intestinal, higienização incorreta da região vaginal e o uso de roupas apertadas e úmidas podem facilitar a ocorrência dessa infecção.
Além disso, os fungos da cândida são capazes de ficar alocados na região vaginal como comensais e quando a mulher apresentar fatores que sejam favoráveis para o seu desenvolvimento, eles se proliferam e promovem a candidíase.
A disbiose intestinal também pode favorecer a ocorrência da candidíase de repetição devido à proximidade entre o reto intestinal e a vagina. E a entrada da C. albicans no ambiente intestinal, pode ser facilitada através da baixa imunidade, fazendo com que a resposta imunológica do hospedeiro seja ineficaz contra os agentes patogênicos; a disfunção intestinal decorrente de alterações na microbiota e na permeabilidade da barreira intestinal; e a capacidade de mudança de conformação que a cândida possui, podendo se transformar em hifas e não ser reconhecida pelo sistema imunológico.
Estudos demonstram que mulheres que apresentavam candidíase de repetição e foram tratadas com medicamentos farmacológicos e probióticos, sendo eles: Lactobacillus rhamnosus e L. reuteri durante 4 semanas, cerca de 90% das mulheres tratadas obtiveram a cura da candidíase e a redução dos sintomas causados pela doença. Devido a isso, é muito significativa a utilização dos agentes probióticos para o tratamento de infecções fúngicas.
Saiba mais sobre o Estratégias nutricionais para candidíase com esse e-book exclusivo e gratuito!
Comments