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Dieta mediterrânea e saúde intestinal


Dieta mediterrânea e dieta ocidental
Dieta mediterrânea e dieta ocidental

A dieta tipicamente ocidental é rica em produtos industrializados, com alta densidade energética e baixa quantidade de nutrientes. Esse padrão alimentar prejudica a saúde intestinal e aumenta os riscos de desenvolver obesidade, câncer, doenças cardiovasculares, diabetes e várias outras doenças.


Do lado oposto, temos a dieta mediterrânea que corresponde ao padrão alimentar de populações que habitavam a bacia do mediterrâneo por volta dos anos cinquenta. Esse padrão está relacionado com a história e a cultura daquele local, e por isso inclui alimentos que já eram consumidos há séculos.


Na dieta mediterrânea há abundância de frutas e vegetais, uso de azeite extra virgem como principal fonte de gordura, consumo regular de grãos integrais, nozes e sementes, consumo moderado de laticínios fermentados, ovos e peixes e com utilização de ervas aromáticas e temperos ricos em antioxidantes e anti-inflamatórios. Os alimentos naturais são mais valorizados que os industrializados. Diversos estudos comprovam os benefícios desse padrão alimentar na prevenção de doença cardíaca coronária, doenças cardiovasculares, infarto agudo do miocárdio, doenças neurodegenerativas, diabetes e câncer.



Alimentos da dieta mediterrânea
Dieta mediterrânea

Graças a grande quantidade de fibras, a dieta mediterrânea favorece a manutenção de uma microbiota equilibrada e saudável. Esses nutrientes permitem que as bactérias sintetizem ácidos graxos de cadeia curta (AGCC), e por ser um padrão que não preconiza o consumo elevado de carnes, também promove menor quantidade de metabólitos que prejudicam a saúde – como o TMAO, por exemplo, que aumenta risco cardiovascular.


A dieta mediterrânea está associada a menor incidência de câncer de cólon e pesquisadores acreditam que esse fato ocorre graças a alta produção de AGCC e a baixa quantidade de Fusobacterium nucleatum.


Os polifenóis dessa dieta estão associados ao aumento de bactérias produtoras de butirato (um dos AGCC), que favorece a manutenção da integridade intestinal e a síntese do muco que protege essa barreira, aumentando assim a eficiência da barreira intestinal.


Considerando que no Brasil algumas frutas, verduras e legumes dessa dieta podem ser menos acessíveis, é possível fazer adaptações com os produtos disponíveis na nossa região. Afinal, uma alimentação baseada em alimentos naturais, especialmente aqueles produzidos durante a safra natural, é saudável e reduz riscos de doenças.



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Se tiver interesse em ler mais sobre esse assunto, indico esses artigos:


Dinu M, Pagliai G, Casini A, Sofi F. Mediterranean diet and multiple health outcomes: an umbrella review of meta-analyses of observational studies and randomised trials. Eur J Clin Nutr. 2018 Jan;72(1):30-43. doi: 10.1038/ejcn.2017.58. Epub 2017 May 10. PMID: 28488692.


Kargin D, Tomaino L, Serra-Majem L. Experimental Outcomes of the Mediterranean Diet: Lessons Learned from the Predimed Randomized Controlled Trial. Nutrients. 2019 Dec 6;11(12):2991. doi: 10.3390/nu11122991. PMID: 31817731; PMCID: PMC6949939.


Merra G, Noce A, Marrone G, Cintoni M, Tarsitano MG, Capacci A, De Lorenzo A. Influence of Mediterranean Diet on Human Gut Microbiota. Nutrients. 2020 Dec 22;13(1):7. doi: 10.3390/nu13010007. PMID: 33375042; PMCID: PMC7822000.


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