O comprometimento cognitivo leve, relacionado ao comprometimento da memória em idosos, é caracterizado por um declínio das funções cognitivas que geralmente não interfere nas atividades da vida diária, mas está associado ao risco de desenvolver doença de Alzheimer (DA) ou outra demência se não for tratada. Estima-se uma frequência média de 18,9% entre pessoas com mais de 65 anos de idade, portanto, apresenta uma alta prevalência entre idosos.
Em modelo animal, Bifidobacterium breve A1 apresentou potencial terapêutico no gerenciamento de função cognitiva relacionada a memória, bem como na supressão de inflamação e genes imunorreativos que são induzidos pelo acúmulo de β-amiloide no cérebro. Bifidobacterium breve A1 é uma cepa de bactéria probiótica que apresenta ação antiinflamatória e imunomoduladora, e também parece promover benefícios à saúde neurológica. Bifidobactérias presentes no intestino humano, incluindo a cepa B. breve A1, são potenciais produtoras de ácido indol-3-láctico, um metabólito que tem um efeito antiinflamatório e que também está possivelmente envolvido no desenvolvimento neuronal.
A suplementação com probióticos parece suprimir a indução mediada por genes inflamatórios e imunorreativos no hipocampo, região que tem relação com a memória recente. Essa suplementação pode levar a uma melhora na cognição dos pacientes que fazem o uso do probiótico, bem como diminuição de quadros depressivos e de ansiedade.
Bifidobacterium, e o seu metabólito acetato, um ácido graxo de cadeia curta, podem modular a microbiota intestinal e o sistema imunológico. A administração de B. breve A1 parece aumentar os níveis de acetato no plasma e a melhora cognitiva pode ser decorrente de uma mudança da microbiota intestinal para espécies de bactérias intestinais menos pró-inflamatórias. A alteração da microbiota intestinal por meio da produção de derivados de indol derivados de microrganismos também está associada à integridade da barreira epitelial intestinal e à modulação da inflamação intestinal, que pode resultar na modulação da microglia no cérebro de indivíduos comprometimento cognitivo após a suplementação de B. breve A1.
O BDNF é um fator neurotrófico de grande importância sobre a neuroplasticidade, por promover a sobrevivência e a diferenciação neuronal. E a suplementação com Bifidobacterium em experimentos em modelo animal, mostram que há alteração no BNDF cerebral, com efeito benéfico nos genes e nas vias de inflamação envolvidas em distúrbios neurológicos.
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Referências bibliográficas:
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